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| O primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, em 1969 |
Conheça a biografia
Nascido em 5 de agosto de 1930, Armstrong foi piloto da Marinha dos
Estados Unidos entre 1949 e 1952 e lutou na Guerra da Coreia. Em 1955,
se formou em engenharia aeronáutica pela Universidade de Purdue e se
tornou piloto civil da agência que precedeu a Nasa, a Naca (Conselho
Nacional de Aeronáutica).
Lá, entre outras aeronaves, pilotou o X-15 – avião experimental lançado
por foguete onde ocorreram as primeiras tentativas americanas de chegar
aos limites da atmosfera e à órbita do planeta. Em 2012, o X-15 ainda
mantém o recorde de velocidade mais alta já atingida por um avião
tripulado.
Em 1962, ele deixou a função de piloto de testes e passou a ser
astronauta – com a Naca já transformada em Nasa. Sua primeira missão
espacial foi como comandante da Gemini 8, em março de 1966, onde ele e o
astronauta David Scott fizeram a primeira acoplagem de duas naves
espaciais. Na ocasião, ele se tornou o primeiro civil americano a ir ao
espaço.
Durante o voo, os dois quase morreram. Enquanto a nave estava sem
contato com a Terra, a Gemini 8, acoplada na sonda Agena, começou a
girar fora de controle. Inicialmente, Armstrong achou que o problema era
com a Agena e tentou diversas opções para parar o giro – sem sucesso.
Ao desacoplar as duas naves, o problema piorou. A instantes de perder a
consciência pela velocidade com que a Gemini 8 girava, Armstrong usou os
motores que serviam para a reentrada na Terra para controlar a
espaçonave. A
Gemini parou de girar e a dupla fez um pouso de emergência
próximo ao Japão, sem completar outros passos da missão, como uma
caminhada espacial que seria realizada por Scott.
Após a missão, Armstrong acompanhou o presidente americano Lyndon
Johnson e outros astronautas em uma viagem à América do Sul que incluiu o
Brasil.
Segundo sua biografia oficial, escrita por James R. Hansen,
Armstrong foi especialmente bem recebido pelas autoridades brasileiras
por conhecer e conversar bem sobre a história de Alberto Santos Dumont.
Apollo 11 e a ida à Lua
Com o fim do programa Gemini e o início do Apollo, Armstrong foi selecionado como comandante da
Apollo 11. Segundo a Nasa, não houve uma
escolha formal inicial de quem deveria ser o primeiro a pisar na Lua.
Todos os astronautas envolvidos no Apollo, segundo eles, teriam chances
iguais.
As missões eram organizadas para cumprir uma crescente lista de
tarefas. Assim, a Apollo 7 era um voo de teste do módulo de comando – o
que era chamado de “missão tipo C”. A seguinte, 8, testou a viagem até a
Lua. A 9 testou o módulo lunar, uma missão tipo “D”. Se houvesse
qualquer problema em uma dessas missões, ela deveria ser retomada até
dar certo.
Por isso, embora Armstrong e sua tripulação, Buzz Aldrin e Michael
Collins, estivessem com a primeira missão do tipo “G”, que tentaria um
pouso – não estava garantido que eles de fato fossem ser os primeiros a
fazer isso. Qualquer problema nas missões anteriores e a 11 poderia ter
que assumir etapas preparatórias.
Quando ficou razoavelmente claro que a Apollo 11 seria a primeira
missão a tentar o pouso, a mídia americana passou a informar que Buzz
Aldrin seria o primeiro homem na Lua. A lógica dos jornalistas seguia o
fato de que no programa Gemini o piloto – não o comandante – era quem
saía da nave. Além disso, os primeiros materiais de divulgação feitos
pela Nasa mostravam o piloto saindo primeiro e o comandante depois.
Em uma coletiva de imprensa feita em abril de 1969, a Nasa informou que
a decisão de fazer Armstrong sair primeiro foi técnica, já que a porta
do módulo lunar estava do lado dele. Em entrevistas dadas mais tarde,
Deke Slayton, chefe dos astronautas na época, disse que a decisão foi
“protocolar”: ele achava que o comandante da missão deveria ser o
primeiro na Lua. As opiniões de Armstrong e Aldrin, segundo ele, não
foram consultadas.
O pouso
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| Armstrong no módulo lunar Eagle, após pouso na Lua |
Após a decolagem em 16 de julho, Armstrong e Aldrin começaram a descida
até a Lua em 20 de julho no módulo lunar, apelidado de “Eagle”. Durante
a descida, a menos de dois mil metros de altura, dois alarmes soaram
indicando que o computador estava sobrecarregado. Seguindo a orientação
do controle de missão, Armstrong os ignorou e manteve o pouso.
Ao olhar pela janela, viu que o computador os estava levando para uma área com muitas pedras.
O americano então assumiu o controle manual da nave e pousou. Ao encostar na Lua, restavam apenas 25 segundos de combustível no Eagle.
As primeiras palavras de seres humanos na Lua foram, na verdade,
Armstrong e Aldrin fazendo a checagem pós-pouso. Termos técnicos como
“parada de motor”, “controle automático ligado”, “comando do motor de
descida desligado”. Apenas ao final dessa lista, Armstrong falou com a
Terra: “Houston, Base da Tranquilidade aqui. A Águia [“Eagle” em inglês]
pousou”.
Durante todo o processo de pouso, o controle na Terra se manteve em
silêncio, permitindo que a dupla se concentrasse. Com o contato de
Armstrong, o astronauta Charlie Duke, em Houston, respondeu bem
humorado: “vocês têm um monte de caras quase ficando azuis aqui, estamos
respirando de novo.”
Armstrong e Aldrin ficaram 21 horas e 36 minutos na Lua – duas horas e
36 minutos caminhando por ela. O tempo fora da nave foi progressivamente
aumentado a cada missão Apollo – na última, a 17, os astronautas
ficaram mais de 22 horas fazendo caminhadas lunares.
Retorno à Terra e vida pessoal
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| Armstrong, em imagem de 2006, após receber prêmio |
Neil Armstrong foi recebido como herói após sua volta, com condecorações
de diversos países. A mais recente foi a medalha de honra, a mais alta
honraria concedida pelos Estados Unidos, dada a ele e a outros pioneiros
espaciais em novembro de 2011.
Após a missão de 1969, ele assumiu uma posição de gerência na Nasa e
participou da investigação do acidente da
Apollo 13. Ele se aposentou da
agência em 1971.
Em 1970, obteve um mestrado em engenharia aeroespacial da Universidade
do Sul da Califórnia. Depois, virou professor na Universidade de
Cincinnati, onde morava, até 1979. Armstrong também fez parte da mesa
diretora de algumas empresas americanas. Em 1986, a convite do
presidente americano Ronald Reagan, participou da investigação do
acidente do ônibus espacial Challenger.
Vida de reclusão
Armstrong casou com Janet Shearon em 1956, com quem teve três filhos:
Eric, Karen e Mark. Karen morreu de câncer no cérebro em 1962, aos três
anos, e jamais viu o pai ir ao espaço. Ele e Janet se divorciaram em
1994, após 38 anos de casamento. No mesmo ano, ele se casou com sua
segunda esposa, Carol Knight.
Armstrong viveu uma vida de reclusão após a Apollo 11. Convidado
frequentemente por partidos americanos, ele se recusou a concorrer a um
cargo político. Armstrong também raramente era visto em público e quase
nunca dava entrevistas, além de não costumar tirar fotos ou dar
autógrafos, porque não gostava que eles eram vendidos por valores que
ele considerava “absurdos”. Sua única biografia autorizada foi publicada
em 2005. Ele também costumava processar empresas que usavam sua imagem
sem autorização e doar as indenizações recebidas à faculdade em que se
formou. Em 2005, processou seu barbeiro por ter vendido fios de seu
cabelo por US$ 3 mil. O barbeiro teve que doar o valor para a caridade.
Em 2007, 38 anos após a viagem à Lua, em uma rara aparição em público,
Armstrong se definiu como "um engenheiro nerd". "Eu sou e sempre serei
um engenheiro nerd, com meias brancas e protetores de bolso. E eu tenho
um grande orgulho das realizações da minha profissão," disse.
Em 2009, ele fez uma viagem "secreta" ao Brasil, onde passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A nota da família sobre a morte de Armstrong é encerrada com um pedido:
"Para aqueles que perguntam o que podem fazer para honrar a Neil, temos
um simples pedido. Honrem seu exemplo de serviço, feitos e modéstia, e a
próxima vez que você der um passeio em uma noite clara e vir a Lua
sorrindo para você, lembre de Neil Armstrong e dê uma piscadela para
ele.”



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